Quando o tema é energia eólica, costuma-se associá-la à sustentabilidade. Porém, este modo de produção de energia também produz impactos ambientais danosos. Estudos de instituições como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) indicam que alguns desses impactos são os riscos de colisão e eletrocussão de aves ameaçadas de extinção (como a arara-azul-de-lear). Além de produção de ruído contínuo, desmatamento e degradação de habitats naturais e deslocamento forçado de populações.
O tema é relevante pois a expansão na energia eólica no Brasil está acelerada nos últimos anos. Isso torna o país o sexto maior produtor desta fonte de energia no mundo. Apesar de ser renovável, a energia eólica também produz impactos negativos que ainda são pouco discutidos e fiscalizados no país.
A região Nordeste é a que mais abriga a multiplicação de parques eólicos no Brasil atualmente. O que tem provocado problemas para comunidades tradicionais e ecossistemas, especialmente a Caatinga. Nos últimos anos, o país registrou a construção de 870 parques eólicos em 12 anos, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Hoje, a energia eólica é a segunda maior produtora no país (responsável por 12% da matriz nacional), ficando atrás apenas das hidrelétricas.
Fiscalização insuficiente
Outro fator que torna este contexto ainda mais complexo é a fiscalização deficiente. Isso é motivado por razões como equipes reduzidas, com baixa capacidade técnica e muitas vezes sujeitas a influências políticas que não visam o bem público.
Para construir um parque eólico, hoje as empresas precisam apresentar apenas Relatórios Ambientais Simplificados para solicitar licenciamento. Em outros tipos de matriz energética, é preciso apresentar estudos mais detalhados.
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